terça-feira, 24 de abril de 2012

OGAKI SHIMIN BYOUIN (Hospital Público de Ogaki)

Por razões de saúde, com uma forte cólica intestinal que quase mata minha filha de susto, fui a um hospital na noite anterior do dia 5 de dezembro de 2011, e como um bom atendimento de pronto socorro, fui péssimamente atendida, me tiraram algumas radiografias no CT e disseram que não era nada...e no dia seguinte, tive que ir ao hospital público desta foto, que é da cidade onde moro e que tem mais equipamentos para atender melhor...não vim aqui direto pois a ambulância que me levou de noite ao hospital, alegou que este hospital estava muito lotado, me levou a outro que nem sei porque continua funcionando, pois faltam médicos e ninguém vai pra ele, mesmo que tenha que enfrentar horas e horas de espera no Shimin Hospital...e realmente a espera foi longa ...depois de uma consulta, exame e consulta, mais espera, das 9.00hs até 19.00hs,cochilamos, jogamos games no celular, conversamos, andamos, e passamos muito nervoso... afinal não fui em caráter de emergência, já que podia andar e nem estava morrendo de dor como estava na noite anterior..

Fui apenas porque estava sangrando muito todas as vezes que precisei ir ao banheiro evacuar...e então, o médico estúpido resolveu me internar, pois ele estava cansado e nem estava muito a fim de me ouvir, e quando fui dizer a ele que já tinha feito radiografias no equipamento CT, ele simplesmente se virou com cara de quem não estava muito a fim de trabalhar e perguntou exatamente com essas palavras, em japonês é claro * E O QUE TEM ISSO?* ou " E DAI?"
Após ter ouvido isso, ainda tivemos que voltar até ele que bem mais tarde, estava um pouco mais calminho e resolveu me internar, pois minha filha tinha tirado uma foto do sangue dentro do vaso sanitário para mostra r a ele...
 Primeira providência a ser tomada, naturalmente, depois de preencher formulários e mais formulários, é colocar a pulseirinha de identificação....minha filha colecionava pulseirinha do Summer Sonic e eu de hospital...hehehe...embora, em 6 anos de Japão, essa foi a segunda vez que me internam...

 Claro que tivemos que subir de elevador, pois fui para uma ala nova do hospital, pouco tempo construida, e com elevadores *orange* no sexto andar..tudo novinho e de dar gosto...principalmente por se tratar de um hospital público, pois temos imagem de qualquer coisa pública, como algo decadente e com péssimo estado de conservação, como já visitei alguns no Brasil...
 Esta é a sala das enfermeiras, onde podemos esclarecer dúvidas, pedir o que estamos precisando, e ver o médico, quando ele é bonitinho como o meu  responsável, pois ainda bem que não era o mesmo que me atendeu e foi estúpido...
 Depois de vagarem um quarto, fui por esse corredor, limpinho, para o meu com 4 internas ao todo...
 Meu quarto...na entrada, tem essa plaquinha com o nome das pessoas que estão internadas duas a duas, dividas por cortinas apenas...sou a de baixo de plaquinha verde....e abaixo da minha plaquinha tem a plaquinha da enfermeira responsável pelo lado esquerdo do quarto...
 Dentro do quarto, um móvel que tem uma tv e uma geladeira em baixo, que somente funciona com cartão que é comprado por 1.000 yenes e dá pra usar por algumas horas, não me lembro quantas, pois desta vez não usei... fiquei uma semana internada, onde os 4 primeiros dias estava no soro, sem comer, e isso estava me enlouquecendo, pois tinha que parar o funcionamento do intestino para não sangrar mais...e no quinto dia fiz uma colonoscopia e fiquei encantada vendo o meu intestino por dentro, diante de um monitor de computador...é a primeira vez e não encontraram nenhum pólipo para tirar com a câmera, se fosse pequeno...enfim, ainda assim fiquei mais dois dias por medida de segurança e nesse mesmo dia me deram algo pra comer...e comidinha de hospital é triste, no Japão é pior, e tendo passado por exames intestinais, pior ainda,,,
No móvel, tem uma gaveta, onde tem alguns regulamentos, como poder assistir tv com fone de ouvido para não incomodar as outras três internadas...e tem esse manualzinho que mostra como devemos nos comportar diante de um terremoto dentro do hospital...

 Esse equipamento, é o carrinho para transportar as refeições dos pacientes internados...cada bandeja fica em uma prateleira, e o mais interessante, um lado da bandeja, fica quente e do outro é gelado...ou seja, numa bandeja apenas, temos comida quente e sobremesa fria por exemplo...no caso da foto abaixo, os alimentos quentes do lado esquerdo e do lado direito, tudo que tem que ser conservado frio...como o leite em caixinha tetra, o yogurt e o ovo semi cozido...

 Esta plaquinha fica na cabeceira da cama, onde está o meu nome, a data da internação, o nome do médico responsável, e das enfermeiras responsáveis...
 Este recinto, não conhecia e largava a minha bandeja no quarto, pois com soro, nem poderia equilibrar uma bandeja, mesmo que sem comida, pois tinha que empurrar o carrinho do soro também...
....bem....depois de comer, os internos que podem andar, levam a própria bandeja já consumida e coloca todos os recipientes nesse caixote bem grande que depois é tampado e levado pra lavagem, pois tem rodas embaixo...a lixeira é para colocar o resto de comida...já pra a caixinha de leite e outras embalagens queimáveis, tem a lixeira vermelha (veja foto abaixo)....ao lado dessa lixeira tem uma caixa servindo de mesinha para colocar as bandejas já vazias...cada coisa no seu devido lugar...
Naturalmente, logo depois da retirada do soro, levei as 3 bandejas diárias nesse local...afinal, costumo seguir esse tipo de regras, pois não nos custa nada sermos civilizados e educados...


 Aqui é o banheiro que tem logo na entrada do quarto...essa é a pia, não entendi por que tem essas quatro bocas, mas acho que deve ser para cada tipo de lixo, e com uma pequena pia...ao seu lado tem uma pia normal para lavar as mãos... e no mesmo ambiente, fica o vaso sanitário, que é automático, tem sensor, que ao levantar do vaso, já dá descarga, como a maioria dos banheiros públicos do Japão....
 ...onde tem vaso sanitário, tem essa cordinha que é pra chamar a enfermeira, como eu tive que chamar para mostrar que estava sangrando mesmo...e tem esse potinho para desinfetar o assento antes de sentar...funciona como saboneteira líquida de qualquer banheiro público...o bracinho na privada é onde tem os botões pra usar a própria privada como bidê, ou seja, não se toma banho por exemplo, quando está com soro, então, temos que fazer a higiene por etapas e esse tipo de vaso, com acento aquecido e com esguichinho resolve bastante....depois, o resto do corpo, vem duas toalhinhas quentes para nos limpar apenas...e a cabeça, ia lavar em outro local, que tem máquina de lavar roupas e uma pia com suporte para pescoço, quando alguém lava a cabeça para o paciente que não consegue fazer sozinho....como se fosse num cabeleleiro...no meu caso, tive que lavar a cabeça com uma das mãos pois não podia fazer movimentos bruscos com o braço com soro, mas mesmo assim, acabei deslocando a agulha e tive que ser furada novamente....
 Para completar a minha experiência em hospital, a luz também funciona com sensor, ou seja, quando entra, ele acende e quando sai, ele apaga...o sensor é esse vermelhinho que está ao lado da luz...bem...pelo menos conheci o hospital de cabo a rabo, pois depois de ficar andando uma semana lá dentro, pois o tédio é muito grande, consegui filmar o nascer do sol, que também pela primeira vez em minha vida, pude presenciar do sexto andar do hospital ...e como acordava cedo, consegui filmar na hora certa, pois ficava bastante tempo na sala de espera assistindo tv ou olhando pela janela e tirando muitas fotos....
Uma delas é essa, consegui tirar a foto de um trem bala (shinkansen) tendo como fundo, uma das fábricas da Ibidem (eletrônicos) poluindo com toda essa fumaceira...o filme do amanhecer, coloco em outro post,,Não consegui colocar o filme, então coloquei as fotos tiradas em sequencia....

USUZUMI ZAKURA (cerejeira cinza claro)

Aproveitando a época da florada das cerejeiras nesta região do Japão, fomos conhecer o muito famoso e visto por muitos estrangeiros, o pé de cerejeira mais antigo do Japão...se não for o mais antigo, deve estar perto...afinal, o pé de USUZUMI ZAKURA (cerejeira cinza claro) tem 1.500 anos e suas flores nem são mais rosadas, pois o pé luta para se manter em pé, depois de tantos anos de vida....
Esta ponte abaixo, é a que une a estrada para chegar a montanha onde está o velho pé de cerejeira...
Ao subirmos até a famosa cerejeira de Gifu-ken temos vista de algumas montanhas ainda com bastante neve...


Este é o pé de Usuzumi zakura, que é enorme, todinho cercado, ninguém consegue chegar perto, com muitas estacas sustentando seus velhos galhos que estão com alto risco de quebrarem, pois estão ficando ocas, além de velhos, com algum inseto que acho que são da espécie de cupins que adoram se alimentar de madeira....a dedicação do homem para preservá-la e a luta da enorme e antiga árvore para se manter em pé e florindo depois de 1500 anos de existência, já vale a viagem que por sinal particularmente adoro, pois é no meio do mato mesmo...


Olhando de outro ângulo, nem parece que ela está florida, mas vimos que tem estacas em todos os galhos da árvore que se soubesse falar, diria que deseja descansar...mas o homem insiste em mantê-la viva....

 e as árvores que surgiram dessa grande, já tem as flores mais rosadas pois são bem mais novas...afinal, dizem aqui que um pé de cerejeira tem que ter pelo menos 30 anos para ficar bem florida....

Estas árvores, também filhos, netos, bisnetos, tataranetos, e todos os demais descendentes, estão sendo conservadas com esses curativos, com os troncos enfaixados...
 Na volta, e na ida, naturalmente, pois o caminho é o mesmo, deparamos com muitos agrupamentos de pés de cerejeiras floridas, pois esse domingo (16 de abril) foi o auge da florada em Gifu....uma época onde tudo se renova, tem ninhos e mais ninhos de pequenos pássaros em todos os cantinhos de telhados, postes, árvores, que não consigo ver, mas ouço os pequenos piando e pedindo comida...e alguns pássaros adultos, indo e voltando com alimentos no bico e entrando em locais tão pequenos que não dá pra fotografar...
O

CASTELO DE INUYAMA - PROVÍNCIA DE AICHI

O castelo de Inuyama (Inuyama Jyou) em seu aspecto físico, é igual a maioria dos castelos do Japão, com a diferença de que é um dos 3 castelos que não foi incendiado na segunda guerra mundial, como a maioria foi e tiveram que reconstruir anos depois...
.....e em como todo castelo, temos que subir, pois eles normalmente são construídos em locais altos, ou seja, em algum topo de montanha....
....se tomarmos como base os lugares mais planos, podemos sentir nas pernas, quando somos obrigadas a parar o carro em algum estacionamento vago, pois tem períodos que até parece que todos resolvem ir aos castelos no mesmo dia e na mesma hora...além de que nesta semana que fomos, faltava uma semana para o total desabrochar das cerejeiras, ainda em botão nesse dia...


Percebemos que até chegarmos perto do local onde começamos a subir, já tem lamparinas, pois também nesse dia tinha um festival de tambores, que tivemos sorte em assistir...

Naturalmente, um corpo sedentário, não iria aguentar subir sem um intervalo para tomar um líquido pois respirar pela boca resseca a garganta...e na parada tem lojinhas com presentes e lembrancinhas do local, e que como qualquer lugar do mundo, custam bastante caros...e nesta parada, no meio da montanha mais ou menos, tem esse cercado que tem nome em cada coluninha, que nada mais são doações pois uma coluna dessas custa uma pequena fortuna para a cidade assumir tudo sozinha...normalmente são doações de estabelecimentos comerciais, mas tem também alguns poucos particulares que doam por várias razões que desconheço...

A essa altura onde está o castelo, andamos ainda um bom trecho de carro e depois mais um kilometro a pé, pois estacionamento pertinho do castelo é impossível em dias de festivais ....

Aqui está, como normalmente tem em todos os castelos do Japão, uma maquete, feita de madeira, em tamanho acredito umas cem vezes menor...

....e depois de ver o castelo por dentro com alguns pedaços externos destruidos pelo tempo, algumas antiguidades como biombos super antigos com desenhos do mapa do castelo expostos, e subir escadarias de madeira que ficam muito escorregadias, pois somos obrigados a entrar sem sapatos e andar de meias o que é muito perigoso para quem já está na terceira idade pois as escadas são muito íngremes, um convite para descer rolando e fazendo um strake com todos que estão a frente...fico até imaginando o dia que acontecer isso...acho até estranho que a prefeitura responsável não perceba isso, antes que aconteça algum acidente...
Para quem deseja entrar em qualquer castelo, vá sempre de meias novas com anti derrapante na sola, pois vai ajudar muito no momento que tiver que descer as escadas dentro do castelo...os sapatos que estamos usando, são tirados na entrada do castelo e colocados em sacos plásticos que são distribuidos na entrada e devolvidos na saída....
Repeti diversas vezes *dentro do castelo* pois escadarias tem de monte fora do castelo até chegarmos até ele...


Esse  é o grupo que tocou os tambores que é um som que particularmente, adoro, pois não é um som irritante embora seja bastante alto...e nos envolve, como se fosse uma escola de samba, que acredito, poucos conseguem ouvir um som ritmado sem pelo menos acompanhar com um movimento de pescoço...